Quando

Quando a felicidade do outro ofende 
e a alegria agride, 
é hora de olhar em frente, 
fazer diferente e viver novamente 
o que não se sente.
Não vendi minha alma, 
mas matei meu amor...
vivo a dor de um ator em palco arruinado.

Assim desencantado com o meu próprio passado,
vivo solene desenterrando meus restos, 
meus mal logrados amores.
ao ver-te feliz e, em teus braços outro, 
lembrei do que perdi.
E não foi a ti!
Não importa se foi por ti 
que um dia chorei ou sorri, 
O que perdi foi o amor que senti!


Quando a felicidade do outro ofende, 
é que estás na mais profunda indigência
na total carência de si.
E não importa o que faça,
essa tua cachaça será servida
na taça da inveja 
com pedrinhas de raiva,
amarga, 
a te arder as entranhas.

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